quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amiga inseparável

As flores murcharam e as borboletas no casulo escondem-se de mim. As rajadas de vento sopram meu rosto triste. E as lágrimas?! Secaram-se. A multidão me atormenta, vozes, passos, rizadas, prantos, nada quero ouvir...e nem ver. Ninguém compreenderia a banalidade dos sentimentos que batem, e gemem, suplicam por ajuda...Dentro de lugares escuros estão a minha fuga. Dos sublimes olhares curiosos, escondo-me. Os lábios que acalmariam meu ser carente, deixam-me aflita...Não devo me sentir assim, mas sinto que meu querer rebelde insiste em afrontar-me, e deparo com desesperos, fugir seria problema ou solução? Sinto que a qualquer momento minhas mãos trêmulas não conseguirão segurar e estruturar meu corpo físico, eu então cairia, mas o difícil não seria a queda e sim o levantar-se dessa, que por sua vez permite descanso eterno.
O coração bate rapidamente expulsando todo sangue venoso para fora de mim, e com ele sai agonias e ânsias de um porvir que nem ao certo sei se me fará bem...viver já basta, e esse bastar me é suficiente para respirar com uma esperança incalculável, esperança que pode morrer, bem sei, mas será a última a deixar-me, a última a abanar suas mãos de paz me dizendo "adeus" para sempre, permitindo assim, que eu a acompanhe e seja sua amiga inseparável.

Dani Florêncio

Um comentário:

  1. Ótimas confissões e lindas, porém tristes e esperançosas, declarações!!!
    Muito bem escrito!!!
    Estou retribuindo a visita, mas voltarei mais vezes a partir de agora! seja sempre muito bem-vinda ao Marca Livro também!!!
    Beijos!

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