sábado, 20 de novembro de 2010

Frio repentino

Abriu-se a porta. Corre gozando de uma liberdade. Sente em sua pele escorrer o suor salgado, os cabelos dançam ao soprar do vento. -Que frio repentino, pensa. Quem a vê sorrindo imagina a felicidade fazer de sua vida morada, engana-se. Escuta as batidas intensas do traira coração, como o odeia, se pudesse nem seguiria seus conselhos, andaria leve como a brisa sem ao menos estar presa nesse vermelho sangue.
-Esperançaaa! -Ao longe gritam seu nome, mas continua a andar no frio agoniante, livre...Simplesmente liberta. Não sabe onde parar, não sabe como parar, não sabe...Não quer parar. A liberdade a envolve num só ritmo e ela contagiada continua dançando. Ouve-se prantos ao fundo, mas a felicidade fez-se presente, como escapulir de suas mãos? Vê uma luz. -Será o Sol?-imagina coisas vãs, não pensa em mais nada, a não ser, desfrutar da tão esperada hora, a hora em que brilha, a hora em que deleita no lençõis tranquilos, a hora em que torna-se lembrada, em que todos reconhecem seu nome e chamam, suplicam por ela...A hora em que a partida acontece, e ela feliz da vida liberta-se...livre, livre...

Dani Florêncio

4 comentários:

  1. Um texto tão belo, com um fundinho gostoso de Clarice Lispector. Escreve maravilhosamente bem amiga. Depois de ler esse seu texto deu até vontade de ler a Hora da estrela novamente, HAHAHAHA... Um bjo ;)

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  2. Oi Dani, primeiro queria agradecer pelo comentáro no blog Estouro em Palavras!! Volte sempre!!!

    Adorei o texto, vc escreve muito bem!!!

    Beijos Mil.

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  3. Liberdade... transmitiu muito bem a sensação :)

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